terça-feira, 22 de junho de 2010

Seleção de Pessoas: Um processo Mágico!


Por que acho que nas organizações tem muito de representação, teatralização e não comportamentos coerentes e lógicos? Simples de responder. A resposta parte de uma situação: recebi um e-mail de um ex-colega, era uma solicitação buscando candidato – o conteúdo do e-mail tinha a seguinte solicitação:
                                                                                                                                                                             

                                                                                            Necessita-se de Analista Fiscal Júnior
"Conhecimentos: Rotinas fiscais; Retenções (IR, 4,65% e INSS); Notas Fiscais, Serviços e Mercadorias; Livros Fiscais: Entrada, Saída e Apuração; Declarações Municipais e Estaduais.
Habilidades: Espírito de Equipe; Capacidade Analítica; Capacidade de Priorização; Entre outros itens que estaremos analisando na entrevista."



Pelo texto pode-se depreender que será realizada apenas uma entrevista.
No que diz respeito à avaliação dos conhecimentos é fácil de levantar este aspecto com o candidato, através de questionamentos diretos, análise de currículo, contato com empregos anteriores e ou até mesmo se utilizando de um teste com o candidato ou candidatos. Mas, no que diz respeito a avaliar o que definiram como “habilidades” parece ser mágico ou bruxaria, o fato de se utilizar de 1, 2, 3, ou até 4 ou 5 entrevistas, um entrevistador conseguir avaliar os comportamentos necessários para o cargo em questão.
Minha experiência como psicoterapeuta, sempre exigiu que avaliasse um cliente através da análise das funções do ego, dos mecanismos de defesa utilizados, da anamnese e de várias sessões durante muitas consultas e tendo como premissa a confiança e a autenticidade desenvolvidas no setting terapêutico. Por estes fatores que acredito que os processos de seleção nas organizações é mágico e parte da onipotência de um entrevistador. Na realidade, representa um papel de conhecedor da sua função.
Concluindo, não estou desqualificando na totalidade os processos de seleção baseados em algumas entrevistas ou algumas dinâmicas onde os candidatos são convidados a representar papéis. Mas acredito que os programas de trainee (usado mais como processo para selecionar pessoas que irão desempenhar cargos chaves ou de liderança nas organizações) ainda podem ser um caminho que possam trazer resultados mais significativos para as organizações.

Pedro Kochenborger

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